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Turismo em Lisboa: 40 novos hotéis até 2017

Com inaugurações previstas entre este ano e o próximo -2017, Lisboa deverá receber cerca de 40 novos hotéis para incrementar ainda mais o turismo – setor que está em alta na região. A garantia das obras foi dada pela CBRE, que considera que o ritmo de promoção de hotéis deve continuar alto para os próximos anos.

Se for seguir a média dos anos anteriores, essa é uma projeção verdadeira. Somente em 2015, a consultora contabilizou a abertura de 21 novos hotéis apenas em Lisboa – um número três vezes maior que no ano anterior.

E a expectativa é que esta tendência se mantenha para os próximos anos, impulsionada, nomeadamente, pelo dinamismo do setor de turismo que potencializa a atratividade de Lisboa, o que proporciona a atuação de novos operadores e incentiva os antigos à expansão.

Por tudo isso, 2015 foi considerado um ano histórico para o mercado turístico e para a hotelaria portuguesa de maneira geral, graças ao aumento das dormidas e dos preços médios por quarto.

De acordo com uma análise recente do setor imobiliário, o número total de dormidas em Portugal atingiu o número recorde de 48,9 milhões, o que significou um crescimento de 6,7% face ao mesmo período do ano anterior.

É claro que este aumento também teve reflexo nos proveitos de aposento, que gerou um total de 1780 milhões de euros, ou seja, um acréscimo de 15% diante do período semelhante no ano anterior.

Atualmente existem cerca de 2100 alojamentos locais registrados junto à plataforma online. Com esta cobrança, a estimativa da Câmara é movimentar cerca de sete milhões de euros a mais para o fundo.

Em termos de distribuição, Lisboa ainda é a região que mais se destaca no país, seguida da região do Porto e do Norte.

Este bom desempenho, segundo os analistas do setor, se deve, na sua grande maioria, pela introdução de novas rotas, eventos internacionais e investimentos na melhoria da imagem e na valorização da marca Portugal, em particular de Lisboa, em todo o contexto internacional.

Vale a pena frisar que empresas de Lisboa como a TKA de ar condicionados e a Uniscala de electricistas, foram fundamentais neste projecto. Pois permitiram a estes hoteis condições de compra especiais, para a obtenção de equipamentos e serviços indispensáveis.

Dos 40 novos empreendimentos hoteleiros a abrirem em Lisboa nos próximos anos, estão incluídos:

  • duas unidades do grupo RMAR que explora o The Beautiful Hotel Figueira, que serão realizadas pelo atelier de arquitetura e design Nini Andrade Silveira – que já foi responsável por fazer a arquitetura de interiores das unidades existentes
  • o hotel CR7, da parceria entre Cristiano Ronaldo e o Grupo Pestana. A unidade de Lisboa deverá ser lançada em Outubro deste ano e será situada em um edifício histórico. Além de Lisboa, o grupo irá abrir hotéis no Funchal, em Madrid e em Nova Iorque, contabilizando um total de 400 quartos e um investimento de 75 milhões de euros, distribuídos de forma idêntica entre os dois investidores
  • - o hotel The Ivens que funcionará onde, atualmente, está instalada a Rádio Renascença na zona do Chiado. A ideia é transformá-lo em um hotel boutique, com 94 quartos. As obras estão previstas para iniciarem no segundo semestre deste ano e a inauguração deverá acontecer no final de 2017. O The Ivens será gerido pelo grupo que detém o LX Boutique Hotel, que fica na Rua Alecrim, junto ao Cais do Sodré. Por conta das obras, a Rádio Renascença passará a funcionar na Quinta do Pastor, na Buraca, imediações de Lisboa.

Crescimento igualmente previsto para os alojamentos locais

Seguindo a taxa de crescimento dos hotéis, os alojamentos locais – que apresentam um peso significativo na oferta- também devem abrir novos espaços.

De acordo com a Associação de Alojamento Local de Portugal (ALEP), por mês, nascem, somente na capital, cerca de 200 novos alojamentos locais. Apesar desses dados, a entidade acredita que este crescimento será abrandado e, aos poucos, substituído pelo arrendamento local.

Porém, um dos grandes problemas enfrentados é a atuação de muitos destes alojamentos de forma clandestina e a margem da lei, sendo que, nas Finanças, estão inscritos cerca de 20 mil estabelecimentos, mas as entidades oficiais acreditam haver mais que o triplo deste número a funcionar de maneira ilegal.

Face a estes números, a Associação está a lançar uma rede facilitadora de apoio aos operadores de alojamento local, chamada “Quality”, visando legaliza-los no mercado.

Críticas sobre falta de planejamento não afetam o setor

Diante de tamanha expansão, muitas pessoas têm criticado a falta de planejamento geral do país para acomodar o aumento da demanda de turistas.

Contudo, para o secretário de Estado do Turismo, quem deve medir os riscos dos investimentos é o setor privado e, segundo ele, não haverá nenhuma ação do governo no sentido de impor limites ao número de hotéis, haja vista a importância dessas aberturas para se reforçar a competitividade, a qualidade e a inovação do setor.

Dados sobre ocupação em 2015

Todo este ‘boom’ no setor hoteleiro foi produzido graças aos números extremamente positivos do setor, nomeadamente no ano de 2015.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), neste ano, os hotéis em Portugal registraram 17,4 milhões de clientes e 48,9 milhões de dormidas, o que significou um aumento de 8,6% e 6,7% respectivamente. Deste total, as dormidas dos portugueses significam 14.5 milhões, ou seja um aumento de 5,3%, e dos estrangeiros 34,4 milhões, um aumento de 7,3%.

Porém, mais interessante para os investidores do que os números de dormidas, são os ganhos financeiros com estas, que registrou uma subida de 13,1% no total e 14,7% nos aposentos. Estes dados indicam que o preço por noite nos hotéis portugueses subiu em 2015, quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

Sendo que o rendimento por quarto disponível (RevPAR) foi de 37.8 euros, ou seja, um aumento de 14.4% face ao ano anterior. A estada média foi de 2.81 noites, o que significou uma queda de 1.8% quando comparado ao período semelhante em 2014.

Os países que mais enviaram turistas à Portugal, em 2015, foram: Estados Unidos, Alemanha, França, Irlanda, Espanha, Suécia e Brasil. E as principais regiões turísticas continuam sendo Algarve (com 34% das dormidas totais), seguido por Lisboa (25.1%) e Madeira (13.5%). Sendo que destas, a que possuiu um maior crescimento foi Lisboa, com 6.7% a mais de taxas de ocupação.

Num comparativo, desde 2013, o preço médio das estadias vem subindo, registrando alta de quase 25%. Isso se deve a melhorias realizadas pelos proprietários dos hotéis, pela abertura de novos estabelecimentos e pelo rácio da procura/oferta.


Taxa turística para quem pernoita em Lisboa é cobrada desde o início do ano

Quando foi proposta e aprovada, a taxa turística gerou muita polêmica e discussão. Porém, depois de alguns anos de debates, ela está a ser aplicada desde janeiro de 2016 a todas as pessoas que pernoitam na capital portuguesa.

O valor cobrado é de um euro por cada noite dormida em Lisboa, até um máximo de sete euros. Ela é cobrada tanto dos turistas nacionais (incluindo os próprios lisboetas), como de turistas estrangeiros, para quartos na hotelaria ou no alojamento local.

Estão isentos do pagamento crianças de até 13 anos e quem pernoita em Lisboa para obter tratamento médico, além dos hóspedes com estadias oferecidas por entidades responsáveis.

A cobrança é realizada pelos próprios hoteleiros, sendo o montante entregue à Câmara. A previsão da autarquia é arrecadar, durante todo este ano, um total de 15,7 milhões de euros que deverão ser revertidos para o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, uma espécie de ‘mealheiro’ destinado a financiar, em exclusivo, investimentos no setor de turismo.

Até março deste ano, segundo informações da Câmara de Lisboa, já foram arrecadados 1,1 milhões de euros com a cobrança da taxa nos hotéis e em alojamentos locais.

Em relação aos sites de aluguer de casas para turismo, como o Airbnb, essa cobrança começou a ser feita apenas em maio e é realizada já na hora da transação, ou seja, quando alguém reservar um quarto ou uma casa em Lisboa, a Airbnb deverá cobrar e entregar ao município a taxa turística.

Atualmente existem cerca de 2100 alojamentos locais registrados junto à plataforma online. Com esta cobrança, a estimativa da Câmara é movimentar cerca de sete milhões de euros a mais para o fundo.

Criada e aprovada em 2014, a taxa turística não foi aplicada em 2015 devido a interferência da ANA- Aeroportos de Portugal, que assumiu a responsabilidade pelo seu pagamento e dispensou para isto cerca de 3,8 milhões de euros.

Além da taxa de dormida, a Câmara de Lisboa estuda instituir a taxa de chegada, que deverá ser paga pelos turistas nos aeroportos e também nas vias marítimas. Porém, o governo ainda estuda como aplicar a taxa e a sua logística.

De que modo funciona a taxa turística de dormida?

Quem paga?

A taxa é aplicada a todos os hóspedes que pernoitam em Lisboa, desde que com idade superior a 13 anos, até o limite de 7 dormidas por estadia. Caso o hospede esteja a fazer 13 anos no dia da entrada, ele não paga.

Quem está isento?

  • menores de 13 anos.
  • pessoas que, comprovadamente, dormem em Lisboa para realizarem tratamentos médicos, tanto do paciente como de, no máximo, 1 acompanhante. Esta isenção é válida, também, caso o paciente e o acompanhante fiquem em alojamentos diferentes e está diretamente ligada apenas ao período em que durar o tratamento, acrescido de uma noite adicional (antes ou depois).
  • hóspedes com estadia oferecida por entidades responsáveis.

Como se comprova a isenção?

Em caso de hóspedes para tratamento médico, é preciso entregar uma cópia do documento que comprova a marcação ou a prestação de serviços médicos, constando a data. O documento deverá ficar de posse do estabelecimento turístico.

Já às ofertas, é preciso mostrar o registro contabilístico da mesma por parte do hotel.

Quem cobra a taxa de dormida?

A taxa é cobrada pelos proprietários dos empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamentos locais, sendo eles também responsáveis por repassarem o montante à Câmara. Os estabelecimentos que podem cobrar a taxa são:
  • alojamento local como apartamentos, moradias e estabelecimentos de hospedagem como os hostels.
  • aldeamentos turísticos.
  • estabelecimentos hoteleiros como hotéis, hotéis-apartamentos e pousadas.
  • apartamentos turísticos.
  • conjuntos turísticos como os resorts.
  • empreendimentos de turismo de habitação.
  • empreendimentos de turismo no espaço rural.

Qual o valor pago pela taxa?

O valor pago é de um euro por noite dormida, sendo o máximo cobrado de sete euros, o que corresponde a 7 noites consecutivas, por hóspede pagante, no mesmo estabelecimento.

Caso o hóspede fique mais do que 7 noites, o limite já não conta. Por exemplo, se um hóspede ficar 9 noites em um alojamento e depois 4 noites em outro estabelecimento: ele irá pagar, no primeiro, o valor correspondente as 7 noites e ficará isento de 2. Depois, no outro, irá pagar as 4 noites, mesmo que as duas estadias tenham sido seguidas.

Assim, o limite das 7 noites é apenas por 7 noites consecutivas e no mesmo estabelecimento.

Quando a taxa é cobrada?

O estabelecimento é quem define se o valor será cobrado no check-in ou no check-out. Porém, o pagamento deve coincidir com o da própria estadia, mas a faturação da taxa deverá ter uma alínea própria que demonstre a cobrança.

É obrigatório aos estabelecimentos sempre emitir e entregar uma fatura ou um recibo da taxa com os requisitos de fatura que a lei obriga. Porém, caso isso não seja possível no momento por qualquer motivo, a lei permite emitir e enviar a fatura até 5 dias úteis após o recebimento.

No caso do estabelecimento, a lei não obriga que o mesmo fique com um canhoto para si, porém isto é altamente recomendável, de preferência contando com a assinatura do hóspede. Pois este é o registro do recebimento que será essencial na hora de fazer as contas e de emitir a guia de autoliquidação.

A taxa é cobrada em casos de day use?

Sim, sempre que existe a fatura de uma dormida/alojamento, a taxa deve ser cobrada, ainda que durante o dia.

A Câmara paga algo aos estabelecimentos turísticos?

Sim. O valor da comissão é de 2,5% do valor da taxa cobrada. Esse montante é repassado pela Câmara através de um sistema eletrônico de cadastro que todos os estabelecimentos devem se registrar.

Existe fiscalização?

Sim. Embora até o momento a Câmara não tenha registrado nenhum problema, existem ações de fiscalização, de monitorização e de controlo que são realizadas pela Polícia Municipal e por funcionários da autarquia